mulher ao mar
à deriva
entre o oceano Saudade
e outro de nome Solidão
mergulhando no escuro
das águas profundas de mim
onde já não dá pé
escrevo cartas em garrafas
para não enlouquecer
enquanto desmancho
feito barquinho de papel
cada vez mais longe de dizer
"terra à vista"
Sunday, July 01, 2018
Friday, June 01, 2018
Sobre feitiços e fantasmas
Volta
Que você olhando pra mim daquele jeito
provoca frio e calor ao mesmo tempo
E enquanto você sorri a gente é invencível
Nossos corpos sabem ser melhor que qualquer alopatia
Quando seu abraço envolve meu quadril
A gente conjura feitiço antigo
Cura dor sangue passado
E até a semente que não germinou
Sabemos morder o fruto
Lamber a seiva
Fazer poção encantada
Cama purpurinada
Luz de outono é capaz de
romper mágoa em água
Que seja saliva em vez de lágrima
Sombra é companheira da gente
Costurada no pé
Não adianta brigar com ela feito Peter Pan mimado
Que ela seja lembrete e não obstáculo
Pra aprender a caminhar no escuro
Fantasmas não existem, criança
E nem todo abismo é de dar medo
Que você olhando pra mim daquele jeito
provoca frio e calor ao mesmo tempo
E enquanto você sorri a gente é invencível
Nossos corpos sabem ser melhor que qualquer alopatia
Quando seu abraço envolve meu quadril
A gente conjura feitiço antigo
Cura dor sangue passado
E até a semente que não germinou
Sabemos morder o fruto
Lamber a seiva
Fazer poção encantada
Cama purpurinada
Luz de outono é capaz de
romper mágoa em água
Que seja saliva em vez de lágrima
Sombra é companheira da gente
Costurada no pé
Não adianta brigar com ela feito Peter Pan mimado
Que ela seja lembrete e não obstáculo
Pra aprender a caminhar no escuro
Fantasmas não existem, criança
E nem todo abismo é de dar medo
Tuesday, March 13, 2018
Máquina de lavar
Hoje tirei pra lavar a roupa de cama
que displicentemente conservava
porque ainda tinha o cheiro dos nossos corpos
Despejei o sabão em pó
dando adeus às manchas
de saliva, gozo e suor
"Da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofia",
me ensinou Elisa Lucinda
Centrifuguei então sem dó
seus absurdos encardidos
junto dos lençóis e fronhas
E é dessa máquina
que vai sair meu amor próprio
limpo e com perfume de lavanda
que displicentemente conservava
porque ainda tinha o cheiro dos nossos corpos
Despejei o sabão em pó
dando adeus às manchas
de saliva, gozo e suor
"Da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofia",
me ensinou Elisa Lucinda
Centrifuguei então sem dó
seus absurdos encardidos
junto dos lençóis e fronhas
E é dessa máquina
que vai sair meu amor próprio
limpo e com perfume de lavanda
Monday, January 15, 2018
Afirmativa
Tu me disse “cuidado”,
que só não valia se apaixonar
Te perguntei o porquê
Na tua boca faltou argumento
O que tem de sobra nesse mundo é medo
E ninguém se abre
E ninguém mais tenta
Inventando machucado
antes mesmo de levar o tombo
Mas tu pode gaguejar
e até tremer na base
Que eu continuo cantando
Que eu continuo gritando
janela a fora
e coração adentro:
É pra amar sim
É pra amar muito
É pra amar sempre
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