Wednesday, September 27, 2006

Obrigada!

Origada às bocas que inspiram a minha existência.
Obrigada às bocas que aplaudem a minha existência.


Noite de CEP 20000. Som, palavra, cerveja, surpresa, confetes, loucura, estréia.
Quero isso na minha vida pra sempre!
Pra sempre.
Pra sempre.
Pra sempre.


Obrigada!

Saturday, September 16, 2006

Cadência


Eu, você
Violão, fogueira, estrela
A gente, estrela
O clichê mais bonito que o homem inventou.

Monday, September 11, 2006

Primeiro

Após uma tentativa frustrada de encontrar a fantasia perfeita pra festa, me encontro sentada no metrô.
Exatamente entre uma senhora mascando chiclete desagradavelmente e um homem de bigode bem preto que só faz balançar a cabeça em devaneios e rir aquele tipo de risada que só os homens de bigode riem.
Bem na minha frente há um homem e uma mulher com uma menina de pernas abertas e saia sentada em seu colo.
Ao lado deles, um homem - desses homens estranhos quem andam de metrô – nem novo, nem velho, quase calvo, olhar perturbado, meio transbordando pros lados a todo instante. Carrega uma espécie de fichário cujos dizeres “11º Festival de...” não consegui terminar de ler porque a risada do homem de bigode foi muito alta desta vez e roubou minha atenção.
O alvo do ‘risinho seguido do balançar de cabeça em devaneios’ é um casal de jovens que em pé se abraçam, se beijam e sussurram coisinhas de amor ao pé do ouvido. Achei a cena engraçado, a reação que eles causam no homem de bigode. Quis mergulhar na mente dele pra resgatar suas lembranças, porque com essa risada e balançar de cabeça só pode ter lembrança das boas no meio!
Duas estações a mais e paro pra observar as pessoas à minha frente com mais atenção, chego à conclusão que o cara ao lado da mulher é o pai da menina. (Ele acaba de dar mais um gole do guaraná à filha mimada, retrato da filha que eu não quero ter.) Aliás, eu adoro fazer isso, ficar analisando a genética alheia. A menina tem os olhos, a sobrancelha e o tipo físico do pai, o resto é da mãe..
Agora exatamente a mulher do chiclete se inclina pra perto de mim, o barulho dela mastigando entra insuportavelmente no meu ouvido, tento me afasta e fingir que parei de escrever, olho pra frente e me deparo com a menina prestes a abrir o berreiro.
E antes que eu pudesse achar o barulho do chiclete insuportável, já que a mulher esgueira-se pra enxergar alguma coisa, a menina mimada irritante, o cara estranho ainda mais estranho, o homem de bigode se incomodar com a minha escrita indiscreta, o grude do casal meloso demais e a minha letra péssima, uma voz artificial me diz: “Próxima estação: Siqueira Campos. Desembarque pelo lado direito.”
Não dá tempo de dobrar o papel, nem guardar a lapiseira, todos saem em debandada e eu satisfeita olho praquela gente como se dissesse: Brigada, tá pronto o primeiro texto do meu blog.