Saturday, March 17, 2012

Para Ericson Pires

Pelo celular chega a explicação pra esse sábado nublado:
O poeta se foi.
Emendo lembranças e as orações que ainda sei.
Pela janela do ônibus, o sol resiste e brilha nas águas da Lagoa.
É ele.
É nesse instante precioso que as lágrimas vêm.

4 comments:

Marcelo R. Rezende said...

Que momento lindo!
Parabéns pela percepção.

Anonymous said...

Em 2005, publiquei um poema endereçado a Armando e a ele, Ericson, que foi meu primeiro amigo quando me senti sozinha no Rio de Janeiro. Para os que não sabem, o e-mail que aparece no texto, era e-mail dele àquela época:

Uma carta
Para o meu pequeno sol muito forte,
Para quê a escrita e tão altas acrobacias? Os acrobatas que me ouçam:
escrever é fundamental. Nem que seja com os corpos no espaço.
"A palavra encurta a distância",
eu mesma disse ao abrigo de algum lugar. ("Esse eu sem retorno que vai da página ao coração").
Então, para se aproximar de alguém, faz-se a palavra. Nomeia-se. Numa tentativa de aprisionamento do signo.
Mas o texto, assim como o corpo, o eficaz, não se deixa dominar.
Produz seus escapes, suas rotas de fuga após a colisão, sua concentração e sua dispersão, suas portas de saída.
Um texto é um labirinto e seu segredo.
Um corpo também. Dédalo@olimpo.com.br
Após os enfrentamentos que honramos, não somos deuses. Eis a questão.
A conexão está no nosso corpo e no nosso sangue.
E por um fio.
Terra.
Para quê mesmo tanta acrobacia? (junho-julho de 2003)

Anonymous said...

Peço desculpas: no meio de tanta emoção, comboio de nervos e afeto que se foi, comboio de nervos e afeto qeu ficou, acho que não assinei. Os dias passam iguais. camila do valle.

Anonymous said...

de novo: deixei o poema, depois o meu nome, mas nem sei se consegui, no meio do choro, explicar que entre o poema e o nome havia uma conexão. ericson foi um amigo imperdoável: por ter nos deixado cedo demais. um abraço, camila do valle.